segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um beijo roubado


É claro que perder quem se ama é complicado. Mas ficar para sempre lamentando perdas apenas leva à autodestruição e à tragédia. Essa é a mensagem escancarada em "Um beijo roubado" (Blueberry Nights), de 2007.

O filme traz Norah Jones como Elizabeth, uma garota que descobre em um bar que estava sendo traída. Sem coragem de deixar o bar, acaba bebendo todas, comendo algumas tortas de mirtilo (blueberry pie) e se apaixoando pelo dono do bar, Jeremy (Jude Law), que divide com ela sua história e as próprias decepções. Mas, para seguir em frente com sua vida e se superar, Elizabeth resolve viajar sem um rumo definido, descobrindo no caminho personagens que lhe ensinarão que mágoas não podem trazer nada de bom.

Um beijo roubado não é exatamente um filme profundo. Apesar de abordar a questão da efemeridade das relações, do modo como as dificuldades no relacionamento com o próximo podem afetar as pessoas, o faz de forma fragmentada. O enredo, além disso, é fraco e, não fosse um pouco da maestria do diretor chinês Wong Kar Wai, poderia passar por um filme de sessão de sessão da tarde.

Mas, nem por isso a obra deixa de ser bonita, interesante. As câmeras alternativas e as diferentes visões do diretor trazem imagens lindas e bem elaboradas que, ao mesmo tempo em que vislumbram o espectador, podem cansar e tornar o filme morno. Como a maioria das cenas se passam à noite e dentro de bares, as cores escuras e o vermelho, junto ao neon e às placas brilhantes transformam as cenas e dão-lhes um tom quase sensual.


E, apesar de contar com um elenco de peso hoolywoodiano, como Natalie Portman, Jude Law e David Strathairn, o crédito vai para cantoras: Norah Jones e Cat Power. Norah atua de forma brilhante, encarando bem a protagonista insegura e desiludida. Cat Power, por sua vez, surpreende com sua pequena aparição e embala as cenas do bar de Jude Law com sua canção "The Greatest".

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